sexta-feira, 8 de abril de 2011

Giro da Vida

Por: Paulo Henrique Almeida

Para: Felipe Lopes ( http://tudotudovaipassar.blogspot.com   )

18 de Março 2011

Percebemos que algum tempo já não há a diálogo necessário entre
nós.
Para que sejamos justos vou ser como você acha melhor, prático

No início a sinceridade fazia presença em todos os momentos, por
alguns
momentos você achava que eu não sabia encarar a sinceridade, na
época
você demonstrou tudo que queria e desejava, e naquele momento o
nosso
relacionamento era o foco de algo sem limites que estava por
acontecer,
logo ficaram claro pra mim as suas intenções e o seu sentimento
chamado
amor que logo viria a inexistir.

O tempo foi passando, e o carinho e a atenção reservada e
acumulada
por mim já inexistiam, com isso vim percebendo que você vinha
ficando
confuso, não sabia se era aquilo que você queria pra sua vida,
passou a
achar que sua liberdade estava sendo roubada, essa foi a sua
impressão,
porém, não era, e sim um processo de adequação, pois o
combinado era
que iríamos nos conhecer juntos na nossa casa.

Logo compreendi e internalizei que no mundo ninguém é
propriedade
de ninguém, ser livre é um direito de todos desde o dia de nascido,
e eu
nunca quis roubar a sua, assim como você eu tenho a minha e a
preservo
como um tesouro.

Talvez o fato de estarmos juntos tenha sido interpretado como uma

prisão pra você, o que não tem fundamento algum, apenas a partir
de
que se decide estar e ficar juntos, isso requer permissão das partes
a viver
intensamente.

Em consequência dos nossos primeiros encontros sempre por
coincidência, inclusive o primeiro em 13 de julho 2010, quando já
fazia
tanto tempo que teclávamos , senti algo sem explicação, mas como
o passar dos dias você se aproximou e veio me livrando do meu
lado
pessimista e me transformou numa pessoa otimista , confiei ,
acreditei em

você e hoje digo sem sombra de dúvidas que te amo pelas vezes
que você
me fez acreditar que te amar seria a melhor coisa do mundo.

Um amor tão puro que
dominou
a relação, daí já estávamos decididos a nos casarmos, pois aquela
já era
uma situação avassaladora, meu maior sonho era transmitir a você
todo
o sentimento que nascia em mim, e o melhor, a cada dia esse
sentimento
foi crescendo mais e mais.

O peito dói de saudades quando está longe, não tão somente
quanto a
distância em quilômetros e sim quando é uma distância que se
sente até
quando estamos deitados na cama.

Não foi me dada à oportunidade de escolha por sentir o que sinto e
muito
menos, coloquei limites, preferi viver todos os prazeres e as dores
do
mundo e da vida com você, e provamos sim, prazeres e dores, foi
algo tão
forte que marcou pra sempre.

Estive determinado a dedicar atenção ao nosso relacionamento
para
que fosse próspero e tentar transmitir a você essa mesma vontade
que
naquela hora era notável por mim e por você, para sermos a partir
de
então um casal.

Acredito em todo o meu esforço para nos proporcionar uma vida
agradável para que a cada dia quererermos estar ao lado um do
outro
para sempre.

Dentro de tudo, cotidiano, trabalho, disponibilidade e entre outras
responsabilidades mesmo com tudo isso consegui me dedicar a
nossa
casa, sempre com muita paciência e sempre me esforçando, não
esqueço
que por várias vezes deslizei e decepcionei, mas reconheci, e não
perdi o
propósito de te mostrar todo o meu amor, mas de certo tempo pra
cá não
houve reciprocidade, sei que não foi de propósito, nesse momento
você
estava muito confuso, e assim optou por não sentir por mim o
mesmo
que eu não escolhi sentir por você, as nossas discórdias vieram a
partir
de quando passei a cobrar o que por vezes eram desnecessárias,
nisso eu
errei em parte.

Aos poucos fui percebendo , quando minhas ligações não eram
atendidas,

quando passear juntos tornou-se desagradável, mensagens que pra
mim não eram mais enviadas e nem respostas das que mandei, e-
mails sem respostas, tudo coisas simples, mas que davam sentido
ao
relacionamento, quando eu percebi que o giro da vida
me “expulsou”
do nosso casamento, são coisas simples mas talvez a intenção seja
essa,

me “expulsar” pra que eu me toque e tome uma atitude que você
não foi
capaz, e preferiu agir por esses meios comuns, me iludiu, eu
percebi, me
machucou.

Não é o motivo maior, mas se eu nunca te convidei pra sair, nunca
te levei
ao motel,[...],
mas,
procuro dedicar-me ao nosso lar. Livremente vivi tudo ao seu lado
de
forma perfeita sem me arrepender e no intuito de tornar
inesquecíveis
nossos momentos.

Viver é amar sem medo nem mesmo de sofrer, e sempre sem
perder a
liberdade de viver e consequentemente amadurecermos, isso é ser
prático
sem perder a dignidade ou a personalidade.

Já é notável e já foi dito por você, da insatisfação de ir pra casa ou
mesmo
da satisfação de sair todas as manhãs e mais notável é a sua
(posso estar
enganado) vontade de encerrar o que pra você nunca foi um
casamento,
talvez por falta de coragem nunca tomou essa atitude, leva como se
fosse
algo sem compromisso.

O desejo ainda viver dentro de mim, de ouvir sua voz, sentir teu
pelo no
meu corpo, sentir teu corpo no meu, as tuas mordidas sensuais, o
prazer
que descobrimos no toque com os dedos, a tua presença...

É lamentável que tenha chegado a esse ponto, apenas lamento,
mas
nunca me arrependo de todo e qualquer sentido que alimentei
dentro de
mim e que demonstrei nos meus atos como seu companheiro

(cuidar, brincar,
encontrar, preocupar-se etc.), coisas que vou levar comigo aonde
quer
que eu vá, talvez um dia eu esqueça, o tempo dirá.

Poderia não valer a pena, mas valeu sim, conheci alguém que foi
especial
e me provou o que eu sinto dentro de mim, e que me ensinou
muitas
coisas que vou levar como lição pra toda a minha vida. Amor,
paixão,

casamento, tudo isso eu te dei e você como boa pessoa recebeu.

Contra a minha vontade... O nosso ciclo se findou e os outros tantos
vieram mostrar o FIM...

Paulo Henrique Almeida.